Como a Motiro BA impactou minha vida como pessoa LGBTQIA+
Viver como uma pessoa LGBTQIA+ no Brasil é, muitas vezes, um ato de resistência. Sofri diversos tipos de violência – física, psicológica e institucional – simplesmente por existir, por ser quem sou. Em muitos momentos, senti que não havia espaço seguro para mim, que minha existência era constantemente negada, ignorada ou atacada.
Foi nesse contexto de dor e invisibilidade que encontrei a Motiro, uma organização que se tornou mais do que um apoio: se tornou uma segunda casa. Localizada em Salvador, Bahia, a Motiro não é apenas uma ONG — é um espaço de acolhimento, de escuta, de reconstrução e empoderamento.
Na Motiro BA, fui vista. Fui ouvida. Me acolheram com respeito, carinho e, acima de tudo, humanidade. Lá, não precisei me esconder ou me explicar. Pude existir plenamente, cercado de pessoas que compreendem a importância da luta por direitos, dignidade e afeto.
A Motiro BA me proporcionou acesso a suporte psicológico, orientação jurídica, atividades culturais e rodas de conversa que me ajudaram a reconstruir minha autoestima e minha confiança. Foi lá que entendi que eu não estava sozinha e que minha história, com todas as suas dores, também carrega força e potência.
Hoje, consigo olhar para o futuro com mais esperança, porque sei que há redes de afeto e resistência como a Motiro BA que continuam lutando por nós. A Motiro não apenas me acolheu — ela me fortaleceu. Me ensinou que, mesmo após tantas quedas, ainda é possível se levantar e caminhar com orgulho.
Bruna Copque: Participante do Projeto Além do Arco-Íris (Projeto de empregabilidade e defesa de direitos da Comunidade LGBTQIAPN+, Financiado Pela Fundação Volkswagen)